terça-feira, 23 de abril de 2013

Sistema Orgânico de Produção de Moranguinho


Cultivares
Existe uma série de cultivares passíveis de serem utilizadas
para a produção orgânica. É importante, porém, que se
conheçam as características destas cultivares e sua
disponibilidade para aquisição de mudas. A escolha de
cultivares produtoras de frutas com boa aceitação no mercado
consumidor e adaptadas aos sistemas locais de produção é
um fator importante a ser observado, além da origem e da
procedência das mudas, evitando-se a introdução de pragas
na área de plantio. As cultivares Camarosa, Aromas, Oso
Grande e Diamante têm apresentado excelentes resultados
em produção e qualidade das frutas, com excelente aceitação
pelos consumidores.


Estação Experimental Cascata “A casa da
Agroecologia na Embrapa”

“A Agroecologia é a ciência ou a disciplina científica que
apresenta uma série de princípios, conceitos e metodologias
para estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar
agroecossistemas, com o propósito de permitir a implantação
e o desenvolvimento de estilos de agricultura com maiores
níveis de sustentabilidade. A Agroecologia proporciona então
as bases científicas para apoiar o processo de transição para
uma agricultura “sustentável” nas suas diversas
manifestações e/ou denominações”. Miguel A. Altieri
(Universidade da Califórnia, Campus de Berkeley, EUA)


Preparo e manejo do solo
O solo deve ser preparado em canteiros elevados entre 0,15 e
0,20m, com largura variando de 0,8 a 1,2m. Inicialmente,
deve-se fazer uma análise de solo para diagnosticar as
carências de nutrientes e adequá-lo às exigências da cultura.
Para a produção orgânica, é fundamental o uso de solos vivos.
Para isso, as adubações devem ser feitas com produtos
orgânicos compostados, com húmus de minhoca ou com
biofertilizantes.

A adubação orgânica vai depender muito do tipo e da
qualidade do solo, porém adubações com 3 a 5kg de húmus de
minhoca por metro quadrado de área tem demonstrado
excelentes resultados. Complementações com fosfato
natural, cinzas vegetais e biofertilizantes podem ser
necessárias.

A adubação verde da área com leguminosas na safra anterior
é uma prática recomendada.
A cobertura do solo é fundamental, o que pode ser feito com o
uso de substâncias orgânicas como a casca de arroz,
maravalha de madeira, acículas de pínus ou com plástico
preto. Esta cobertura é importante para a proteção das frutas
do contato direto com o solo, evitando o aparecimento de
podridões.

Irrigação

A irrigação deve ser feita de maneira localizada e por
gotejamento. Este equipamento pode ser facilmente adquirido
no mercado. As chamadas mangueiras gotejadoras são
relativamente baratas e podem ser reaproveitadas. É
fundamental que se tenha um sistema de filtros na entrada da
irrigação, para evitar o entupimento do sistema. Nesse processo
é possível a fertirrigação orgânica, com o auxílio de um injetor
tipo venturi, utilizando-se biofertilizantes, os quais devem ser
bem filtrados para evitar o entupimento dos bicos gotejadores.
A fertirrigação orgânica com o uso de húmus líquido na
concentração de 10% (10 kg de húmus de minhoca, em peso
seco, preparado a partir de esterco bovino, dissolvido em 100 L
de água por 5 a 7 dias e filtrado, descartando-se a parte sólida),
usado quinzenalmente, em volume de 1L.m-², tem sido suficiente
para manter as plantas produtivas e sem sintomas de
deficiências nutricionais.
Manejo da lavoura

O correto manejo das plantas e do ambiente de cultivo é o
segredo para se conseguir uma boa produção de
morangos em sistema orgânico.
No cultivo a “céu aberto” fica mais difícil o controle da
umidade nas plantas ocasionado pela precipitação. Assim,
é fundamental a seleção de áreas de plantio com
exposição solar Leste/Norte, de forma que os primeiros
raios de sol auxiliem no secamento das plantas, bem como
a construção de canteiros altos e em lugares bem
drenados. Ainda nesse caso é importante aumentar o
espaçamento entre plantas, utilizando-se somente duas
linhas de cultivo por canteiro e espaçamentos variando de
0,35 a 0,40 cm entre plantas, na forma de quincôncio.
Em cultivo protegido por túneis ou estufas, é importante o
manejo adequado dos mesmos, de forma que se permita o
secamento das plantas nas primeiras horas do dia. Dessa
forma, a abertura do ambiente no início da manhã é
condição indispensável para que se evite o aparecimento
de doenças.
A colheita deve ser feita, preferencialmente, três vezes por
semana, colhendo-se as frutas maduras (mais de 75% da
cor vermelha). Durante a colheita, é fundamental que
sejam retiradas da horta as folhas e frutas com sintomas de
ataque de doenças, principalmente o mofo cinzento ou
“botritis”.
Os resultados obtidos no período de quatro anos de
trabalhos na Estação Experimental Cascata - Embrapa
Clima Temperado têm demonstrado produtividades
médias de 500 a 600g de frutas por planta, e frutas com
peso individual de até 60g.


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